O mercado da formação financiada vive momentos expectantes relativamente à aprovação dos cursos pelo POPH.
Por outro lado, foi anunciado o fim da Agência Nacional para a Qualificação (ANQ) pelo decreto -lei nº 36/2012 de 15 de Fevereiro, embora este Decreto-Lei crie e aprove a regulamentação para a Agência Nacional para a Qualificação e o Ensino Profissional, I. P. (ANQEP, I. P.).
A primeira pergunta que me ocorre é: Continuará a ANQEP,I.P. com as mesmas políticas de ensino/formação “facilitadoras”? (ou melhor, a permitir as políticas facilitadoras?)
A segunda pergunta: Continuaremos a ter uma formação ao serviço dos números ou ao serviço das pessoas?
A terceira pergunta: Continuarão as empresas de formação privadas (as que se enquadram no contexto descrito, pois, haverá, com certeza, boas empresas de formação), que não olham a meios para atingir os seus fins (lucro,lucro,lucro…qualidade e rigor: zero), a fazer tudo o querem, sem que existam auditorias, realmente sérias, às “trafulhices” que têm vindo a ser feitas por estas empresas?
Fico chocada com os gestores dessas empresas que em nada contribuem para uma formação, de jovens ou adultos (CEF/EFA), responsável, rigorosa e de qualidade. Com as suas atitudes e comportamentos, diria mesmo falta de ética profissional, dão um péssimo exemplo do que é um bom profissional e um cidadão responsável!
Os professores/formadores são obrigados a assinar folhas de sumário 30 vezes, para que a assiduidade dos formandos não fique prejudicada. Afinal, este procedimento deve garantir mais uns euros à insaciada empresa de formação! Desta forma, existem formandos que poucas vezes foram às aulas, logo, não conseguem acompanhar a formação, no entanto, as folhas de presença/sumários atestam a sua presença numa aula que nunca esteve….
Os formandos podem fazer ou não trabalhos/testes/atividades! Passam de qualquer forma…Ainda não percebi por que razão se dão ao trabalho de contratar professores/formadores…não valia mais a empresa guardar o “dinheirinho” e dar de uma vez os diplomas aos formandos?
Sim, pois é disso que falamos: DAR DIPLOMAS! Não se educam nem se formam pessoas, jovens ou adultos, tendo por base um sistema facilitador e permissivo. Um sistema que visa a sobrevivência dessas empresas de formação sem princípios nem escrúpulos. Empresas essas que denigrem a imagem de outras empresas de formação que tentam - a todo o custo - fazer um trabalho responsável, rigoroso e de qualidade, para poderem, também, formarem indivíduos responsáveis, participantes ativos numa sociedade cada vez mais exigente.
O ministro da Educação lançou a ideia de que os professores deverão, no futuro, realizar um exame de acesso à profissão, para que se garanta a qualidade dos professores. Acho bem! Mas valerá a pena? Vamos formar bons professores para, posteriormente, compactuarem com estes sistemas de ensino alternativo que em vez de melhorarem a relevância e a qualidade da educação e da formação profissional, contribuindo para a competitividade nacional e para o aumento da empregabilidade (segundo o próprio decreto-lei) contribuem- sim - para o lucro/sobrevivência de empresas irresponsáveis. Sim…uma empresa de formação que prolifera o facilitismo é uma empresa irresponsável!!!
Por fim, fica a questão: Já que a ANQ vai mudar de nome…para ANQEP, I. P… não poderá também mudar as suas políticas de educação/formação em articulação com os ministérios competentes?
Os professores/formadores agradeciam e os alunos/formandos, que querem realmente aprender e vencer, também!!!
Os professores/formadores agradeciam e os alunos/formandos, que querem realmente aprender e vencer, também!!!
Deixo-vos a deixa para uma reflexão consciente e responsável, claro!